sábado, 17 de maio de 2008

As três fases da relação

Da mesma forma que ouço nas músicas te vejo em cada esquina: é o negro de vermelho, é o albino de azul, é a lésbica masculinizada. E são nesses momentos que eles vêm, inutilmente, mas vêm aquele frio na barriga e aquele coração-bateria-de-escola-de-samba. Não... não é você. Não importa, o costume já veio a muito tempo.

Meu maior sonho se realiza, talvez seja a pessoa mais feliz do mundo nesse momento. Seus lábios são tão aconchegantes que passaria o dia inteiro. Sua mão na minha nuca me seduz ao ponto de poder declarar um amor inexistente, que vibra na minha garganta querendo liberdade para poder se propagar no ar até atingir os ouvidos seus. Declaração rebelde: é só encontrar alguém que se revolta em prol da anistia desse confinamento de dezessete anos. Sim, importa, mas ainda não é hora.

A hora já passou. Na verdade essa hora nunca existe. Espero, mas nos confins dos meus sentimentos sei que é em vão. A hora nunca chega.

Lhe ver é insuportável. Seu aconchego se torna grotesco, sua mão pinica minha nuca, sua voz antes sedutora muda, agora é um tom qualquer sem charme. O tempo não passa! Quero me despedir de você, do seu aroma, do seu cheiro, do seu fedor. E não me esforço em disfarçar isso, faz parte do meu plano. Plano realizado com sucesso, adeus. Sei que você não entende nada disso, mas a culpa não me pertence, ela é dessa maldita hora que me esquece e nunca chega. Mesmo assim, não importa, já te odeio.

Retirado do Blog: http://meusbotoespensantes.blogspot.com/


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